Notícia | 27 de julho de 2014

Outro jeito de arrumar a casa

Experiências de Economia Popular Solidária inauguram as rodas de conversa no XIII Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas

Carol Abreu

Debaixo do sol quente da tarde em Chapada Gaúcha, Samuel da Silva explicava a etimologia da palavra “economia”. O termo tem origem grega e remete à gestão da casa, do ponto de vista dos recursos envolvidos. Ampliando o olhar para a sociedade, a economia envolve todas as relações de produção: recursos naturais, bens e renda, por exemplo. “O problema é que quase nunca as pessoas participam do processo de pensar a economia. E da forma como ela é pensada hoje, quase nunca é justa e igualitária”, ele afirma.

A discussão inaugurou as rodas de conversa do XIII Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas, na tarde da última sexta-feira, 25 de julho. Samuel, que é representante da Cáritas Regional Minas Gerais, deu o tom do bate-papo sobre Economia Popular Solidária: uma forma de gerir, organizar e distribuir os recursos que vai ao encontro de muitas das demandas de pequenos produtores, agroextrativistas e comunidades tradicionais do sertão de Minas Gerais. Na Economia Popular Solidária, tudo o que é gerado deve ser compartilhado entre as pessoas. A aposta é na gestão coletiva dos recursos, para garantir que todos ganhem com os processos produtivos.

Humberto Gusmão, secretário executivo do Fórum Regional de Economia Solidária do Norte de Minas, deu alguns exemplos do modelo de finanças solidárias: “Além do Fundo Rotativo Solidário, que é uma experiência muito interessante, clubes de trocas, feiras comunitárias, casas de sementes e mutirões são formas de apoiar o desenvolvimento da economia solidária”, ele explica. Humberto também convocou a população dos municípios do Norte de Minas a participar das discussões do Fórum Regional, que é um espaço importante de discussão das políticas públicas. “Dos 92 municípios da região, apenas nove participam do Fórum. É preciso que vocês estejam lá, para que os problemas daqui também sejam ouvidos”.

A pesquisadora Nádia Mourão, que concluiu recentemente um catálogo sobre a utilização de produtos do cerrado no artesanato, e a professora Rosimeire Gobira, gestora do banco comunitário chapadense, também participaram da mesa, com relatos de suas experiências no campo da economia solidária.

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