Imagem: Hugo Messina
Foi lançado na última semana o documentário “Peruaçu”, uma coprodução entre o Instituto Biotrópicos e a Rupestre Imagens, sobre as belezas de uma das mais importantes Unidades de Conservação do norte de Minas Gerais: o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Além de destacar toda a relevância espeleológica, arqueológica e paleontológica do Parque, o filme também conta um pouco sobre o projeto de monitoramento de mamíferos de médio e grande porte, desenvolvido pelo Instituto na região desde 2007.
O feixe de atributos reunidos no conjunto de cavernas do rio Peruaçu, o coloca como um dos mais importantes sítios espeleológicos e geomorfológicos do Brasil, verdadeiros arquivos para reconstituições paleoambientais do país. Localizado nos municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, no Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, a região do parque abrigou populações humanas há milhares de anos atrás, cujas marcas e vestígios estão registrados nos sítios arqueológicos e nos painéis de pinturas rupestres. Os belos registros pré-históricos e as próprias formações das grandes e exuberantes cavernas são os principais atrativos do parque.
Neste sentido, o intuito do projeto de pesquisa realizado pelo Biotrópicos é fornecer dados que permitam avaliar possíveis impactos da visitação turística sobre os mamíferos do Parque Nacional e, desta forma, conciliar o turismo de baixo impacto com a conservação da biodiversidade. Para os idealizadores do projeto, a atividade turística bem planejada trará benefícios para todos os envolvidos: comunidades locais, parque e a fauna do Peruaçu.
A partir da instalação de armadilhas fotográficas, equipamentos com senso de movimento acionado a uma câmera digital, os pesquisadores vem registrando as espécies e a frequência dos mamíferos, muitas delas dificilmente observados na natureza. Segundo Guilherme Braga, coordenador do projeto, a técnica irá contribuir para avaliação e monitoramento de possíveis impactos da atividade turística, quando o parque estiver devidamente estruturado para o recebimento dos visitantes: “A gente avalia áreas que serão abertas para visitação e áreas que não serão abertas. Assim é possível saber qual o estado da biodiversidade antes e depois da atividade turística acontecer, o que é muito raro nessas atividades de monitoramento”.
Joaquim Filho, o “Quinca”, condutor ambiental local também enxerga a importância da pesquisa, em sua fala para o documentário: “Foi muito surpreende a gente ver aquilo. Realmente a gente via que tinha animais lá, mas não tinha oportunidade de ver assim tão próximo. E na câmera ficou bacana demais! Deu pra ver realmente que o trabalho desenvolvido na pesquisa deu resultado”.
Assista ao documentário e conheça um pouco mais sobre o projeto:
Direção, imagens e edição: Michel Becheleni
Imagem adicional: Marcell Pinheiro
Músicas: Gustavo Guimarães
Coprodução entre Instituto Biotrópicos e Rupestre Imagens