Notícia | 23 de abril de 2019

Os frutos do Cerrado, disponíveis em São Paulo

A partir de agora, farinha de mandioca, gergelim, pimenta de macaco, farinha de coco indaiá e duas variedades de arroz de pilão passam a fazer parte do conjunto de produtos oferecidos regularmente no box dos biomas, inaugurado em 2016 no Mercado Municipal de Pinheiros, em São Paulo. Eles se unem à castanha de baru, ao açafrão, à farinha de jatobá, o mel, à geleia de jabuticaba e ao pequi, além de outras delícias do Cerrado também disponíveis para venda na capital paulista.

As novidades acabam de ser lançadas pelas famílias Kalunga (maior território Quilombola do Brasil, localizado em Goiás), o Instituto Atá e a Central do Cerrado, com o apoio do WWF-Brasil, Fundação Banco do Brasil e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Todos os novos produtos são fruto do cultivo e do agroextrativismo no Cerrado e fazem parte da cultura gastronômica dos povos tradicionais quilombolas.  

Os produtos são comercializados pela Central do Cerrado, uma central de cooperativas sem fins lucrativos estabelecida em Brasília e composta por 35 organizações comunitárias de sete estados brasileiros (MA, TO, PA, MG, MS, MT e GO) que desenvolvem atividades produtivas a partir do uso sustentável da biodiversidade do bioma. O Cerrado possui potencial de aproveitamento de mais de 200 tipos diferentes de plantas nativas, segundo pesquisa da Universidade de Brasília (UnB). 

Segundo Luis Carraza, coordenador da Central do Cerrado, essa parceria com o WWF-Brasil foi muito importante e serviu para fortalecer e ampliar a produção e comercialização dos produtos nativos do Cerrado. “Por meio desse apoio, foi feito um trabalho específico junto às nossas organizações filiadas para a priorização de algumas cadeias produtivas dos frutos do Cerrado como o pequi, o baru e o jatobá, com intuito de garantir estoques de produção que possam abastecer o mercado consumidor que vem aumentando consideravelmente a cada ano”, afirma Carraza.

Além de promover a divulgação e inserção dos produtos de uso sustentável nos mercados locais, regionais e internacionais – exportação de pequi para o Japão, castanha de baru para os Estados Unidos e artesanato de capim dourado para a França – a Central do Cerrado é também um centro de disseminação de informações, intercâmbio e apoio técnico para as comunidades na melhoria dos seus processos produtivos, organizacionais e de gestão.

O WWF-Brasil apoia a Central do Cerrado desde 2018 com ações focadas no extrativismo vegetal sustentável dos frutos do bioma e na estruturação e no fortalecimento das cadeias produtivas dos frutos nativos. Esse projeto conta com o suporte do WWF-França, do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF na sigla em inglês para Critical Ecosystem Partnership Fund) e do Instituto Humanize.

O CEPF atua desde 2000 para assegurar a participação e contribuição da sociedade civil na conservação de ecossistemas ricos e ameaçados para promover a conservação em áreas biológicas de alta prioridade com abordagem regional. O Instituto Humanize (IH) trabalha para estimular o desenvolvimento sustentável e a geração de renda por meio do apoio à atuação estratégica de entidades que desenvolvam ações voltadas para a educação de qualidade, a gestão pública, o empreendedorismo e negócios de impacto social, a conservação e o uso sustentável do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida no Brasil. Já o WWF-França apoia o WWF-Brasil em diversos projetos relacionadas com a conservação dos ecossistemas e desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais dos biomas.

Serviço
Quem quiser se surpreender com as delícias do Cerrado, deve visitar o box biomas:
Rua Pedro Cristi, 89
Mercado Municipal de Pinheiros
Box dos biomas (BOX 28)
Segunda à sábado, das 8h às 18h

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